Miguel Yeco, Instalação e Performance, Galeria Diagonale Espace Critique, 10 BD Boulevard Edgar Quinet, Montparnasse, 25 abril – 5 maio 1979 75014 Paris
Negativos 35mm, P/B
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Abstract
"Depois de conhecer o novo director da Secretaria Portuguesa do Turismo em Paris, em 1977, Egídio Álvaro organizou várias exposições nessa pequena galeria na rue Scribe, que tinha por ambição transformar-se num centro de arte portuguesa. Esse espaço toma de imediato o nome DIAGONALE e Egídio Álvaro acaba por assumir a sua programação como uma primeira fase da direcção do seu "espaço crítico". A partir de Abril de 1977 apresenta: uma colectiva –“Le Fil Conducteur” (19 abril – 5 maio), com Henrique Silva, Natividade Correa, Vítor Fortes, Graça Morais e Jaime Silva e três exposições individuais – Carlos Carreiro (10-30 maio), João Dixo (31 maio-20 junho) e Sérgio Pombo (30 junho-16 julho). O Adido Cultural Português acaba por alegar o fecho da galeria da Secretaria Portuguesa do Turismo para a realização de obras (aparentemente não voltando a abrir), mas em 1978 Albuquerque Mendes (9-31 maio) ainda inaugurou uma exposição individual na Galerie Diagonale/ Rue du Scribe.
Já em 1979, o Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian (Av. de Iéna) inicia um ciclo dedicado aos seus bolseiros e Egídio Álvaro propõe algumas exposições e escreve alguns textos. São exemplo os textos para o catálogo de Gonçalo Duarte (Maio 1979) e de João Dixo (Abril 1979). A Fundação Calouste Gulbenkian decide igualmente terminar este ciclo de bolseiros e a exposição de Miguel Yeco, que estava programada há 7 meses, é cancelada, depois da administração da Gulbenkian ter decidido que não queriam performances no seu centro cultural.
Graças a um amigo, Egídio Álvaro tinha encontrado um espaço com um pequeno jardim num pátio em Montparnasse. As actividades da Galeria Diagonale, 10 Boulevard Edgar Quinet (75014 Paris), que abriu imediatamente no dia 25 de Abril de 1979, iniciam com a exposição e performance que Miguel Yeco tinha visto cancelada na Gulbenkian. Na capa do catálogo, o nome da Fundação Calouste Gulbenkian aparece cancelado com uma cruz, mas a marca foi transposta da capa do dossier enviado por Miguel Yeco para a Gulbenkian.
Muitos artistas portugueses acabam por expor na Galerie Diagonale até aos anos 90: Da Rocha, Armando Azevedo, Manoel Barbosa, Albuquerque Mendes, Elisabete Mileu, Gerardo Burmester, Miguel Yeco, António Barros, Natividade Correa, Carlos Gordilho, Luís Garcia, António Olaio, entre muitos outros. Mas Egídio Álvaro identificava a Galerie Diagonale como um “lugar de encontros internacionais”, expandindo a sua programação
dentro e fora da galeria, por festivais organizados por si ou em parceria com outras instituições culturais. Vocacionada para a performance, apresentou instalações, exposições, arte postal, dança, música, fotografia, vídeo e foi palco de muitos debates.
Como o nome indica, a galeria DIAGONALE assumiu-se como lugar de investigação, de encontros e trocas, encruzilhada de linguagens disruptivas, superfície de revelação de clivagens, sem fronteiras, pela criação total e circulação sem entraves."" Paula Pinto, in folha de sala da exposição "Lembrar o Futuro", Rampa (Porto), 21.04 — 11.06.22
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