Alberto Carneiro, 7 Esculturas Naturais (1972/73), publicado na revista de Artes Plásticas Nº5, Setembro 1974.
Na revista de Artes Plásticas Nº5 (Setembro 1974), Alberto Carneiro publica 7 Esculturas Naturais (1972/73), nas páginas dedicadas à exposição Perspectiva 74. Este guião propõe um esquema de vivenciação com sete plantas, dividido entre “Ritual de Transferência” (7 dias), Meditação (21 dias) e “Ritual da Posse” (7 dias), que por sua vez se dividem em sucessivas fases: seleção, transplantação, colocação /meditação/ recolhimento, comentário e passagem. É ainda proposto que o autor/ fruidor construa uma série de caixas pretas com um vidro deslizante para o armazenamento da documentação, com recurso a diferentes tipos de registos (escrita, registo de voz, desenho, fotografia ou cinema). Considerações fundamentais: “A função do artista do nosso tempo, aquela que lhe dá no imediato, o lugar de operador estético, é a de transformar o comportamento humano no âmbito da coisa artística, alargando assim o campo de ação criadora (o seu e o dos outros). O artista, assim como qualquer outro operador de comportamento, é tanto mais eficaz quanto mais questiona os fundamentos da comunicação que usa – ele deve gerar nela a negação da afirmação que faz. Por essa negação ele produz os factores de vanguarda da coisa artística que propõe, mas ela só permanecerá se os seus espectadores determinarem o necessário volume de transformações / para que a renovação se codifique, isto é, torne eficaz no quotidiano colectivo” [in Conferência espontânea: Da cultura do milho e da cultura da arte – considerações fundamentais sobre a ubiquidade da arte”]