Sérgio Mourão, entrevista com Egídio Álvaro, Primeiro de Janeiro, 17.01.1988, pp.8-9.
IDENTIDADE DE PROBLEMAS NA PERFORMANCE E NA PINTURA PERFORMANCE PORTUGUESA É EXTRAORDINÁRIA EM PORTUGAL HÁ DUAS CATEGORIAS DE ARTISTAS: OFICIAIS E CLANDESTINOS " - O problema da performance portuguesa identifica-se com o problema da pintura. Falta-nos um espaço de liberdade e de diálogo, abertura internacional e o reconhecimento da dignidade do artista - afirmou Egídio Álvaro. (...) Um festival de Performance como o que foi realizado na cidade do Porto, só foi possível graças à convergÊncia das vontades da Galeria Roma e Pavia, do artista António Olaio e do próprio Egídio Álvaro. O público aderiu totalmente à iniciativa. a A meu ver - acentuou Egídio Álvaaro para justificar o êxito do festival - são estes espaços de verdadeira liberdade artística, de natureza espontânea, que permitem aos artistas portugueses respirar e reservar alento para a construção do futuro. A performance surgiu como concepção criativa nos anos 70, em toda a europa. É interprelada como uma forma natural de o artista se exprimir naturalmente. Egídio Álvaro, professor da Universidade de Paris 8 e crítico de arte Internacional, avançou-nos este conceito, esclarecendo que "para se alcançarem as expressões estéticas resultantes da performance fizeram-se determinadas pesquisas e deram-se aos artistas as possiblidades de utilização de elementos de toda a ordem para que as suas intervenções sensibilizassem o público".