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Élisabeth Morcellet, Performance "Je t´aime? Un peu, beaucoup...", II Festival de Arte Viva de Almada, 27 Julho 1982

"Acessórios: rosas vermelhas, margaridas, quadrados de espelho macios, (bocas criadas em papel de desenho animado) Uma ação nocturna ao ar livre, no parque contíguo aos palcos do espetáculo, com um canteiro de rosas e margaridas com caules e espinhos, pequenos quadrados de espelho formando um retângulo e bocas de papel. Um corpo de mulher, silenciosamente deitado e imóvel, com um vestido dourado. Ela endireita-se, os caules das rosas ainda agarrados à pele do corpo visível pelo vestido. A mulher senta-se e pega em cada um dos pequenos espelhos, um a um, e faz uma impressão do seu próprio batom com os lábios. Depois, usa as pétalas vermelhas das rosas e corta pequenas formas ovais para as suas unhas, manuseando cuidadosamente as frágeis flores. Lenta e delicada, uma expressão de aceitação da feminilidade e da imagem feminina através do espelho do outro e do seu desejo? Aperfeiçoar a sua imagem antes de sair para o mundo? Depois aproxima-se das pessoas e do público e começa a desfolhar a margarida em voz baixa. As pequenas pétalas brancas caem lentamente, colando-se e voando. A mulher cria pequenos grupos perto de si. Ela move-se, muda e continua. Uma ação íntima, minúscula, para ser vista de perto. Ela perturba a linha de proteção do espetador. Entra também na sua bolha. Um momento único de troca quase íntima com o desconhecido. Falar com o outro com símbolos e sinais antigos de um sentimentalismo antiquado, quase infantil. Desta forma, podemos improvisar e entrar no outro, no público, quebrando as barreiras entre o ator tradicional e o espetador, o público privado, o íntimo e o íntimo. A natureza já está presente, a noite envolve a ação e os corpos, as estrelas na cabeça, o vento nos cabelos e o cheiro da vegetação. Nada aqui se assemelha a uma cena. A mulher deixa os caules das flores no chão, marca, faz um rasto que não se esmaga, (de novo) deste novo caminho entre as pessoas. Atreve-se a experimentar algo com os outros. Atreve-se a perturbar o conforto e a distância normal. Cria uma surpresa suave. Sem violência, ela estilhaça a norma do espetador, do voyeur, questionando a armadilha! Apaga os papéis e as fronteiras. Não fala. Ela não fala a língua, mas é vista e ouvida. Qualquer mulher pode fazê-lo: está no seu poder: ela tem de tomar o seu lugar, quebrar os clichés e os tabus: ela escolhe a sua vida e traça o seu rumo!" Elisabeth Morcellet, correspondência trocada via email com Paula Pinto, 10.02.2024

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Abstract
ACTION : " JE T'AIME ? UN PEU , BBAUCOUP ..." AIMADA FESTIVAL D'ART VIVANT 27 JUILLET 82 TEXTES : 13 JUILLET 82 "A mille lieux de toi ! A mille lieues de toi ! L'espace Tu l'espace tue. Espace actuel proximité; Espace passé séparation ; Le lieu enseveli du désir. De résidu en résidue de bribes reconstituer le désir .... L´espace partagé intériorité. Oublié. Ailleurs se rencontrent Tu er Je. Lieux idéaux lieux l´idées lieux de l´autre idéalisé.... Sur les chemins parallèles éclatés se rencontre encore. Au lieu de croisement ne pas séjourner, ne pas s´arrimer pas sincère. Dans l’espace mot l´amor. la mort l´amour L´amour divin messager qui survole les espaces et foudrolent le ciel de no slits de nos lieux … ailes de voleur ensuite la fixation du reste. L´espace cerné du résidue, de la bribe ... géographie nouvelle du désir. Nouvelle ère. Errance erée Tu insaisissable. Arpenter les lieux pour em connaître l´essence, le fond le profond ...Enquête subjective. Au coeur du deux dédoublé l'anéantissenent. Ecueil où echouer solitaire double. Durant le déplacement ritualiser l'espace, le nommer, le détacher, l'examiner place de l'autre. Lieux de rencontre sur les chemins sphères 24 JUILLET 82 "La perte du je jeu social .Rencontre choc avec l'autre. Hors sourire hors image casser les façades grimacantes des "je parle". N'établissons plus le dialogue. Un contact inintelligible et senti. Déclarer la faille au comportement "cool". Sur le fil du souffle redresser sa voix et ne plus ouvrir la bouche. Le soleil imbécil grille les peaux, ordures intouchables. Refléter la lumière extérieure. Explosion, rires, bouches grimaçantes doigts recouverts minces pélicules pétales. Le son absent. ONdes. JE TU dans la perte continuelle d'un identité façonnée .....se enferme sexes intitules à nos images falsifiées.....Que roses encore sur toi écrasées, déchirées mangées Les sexs suspendus dérivent entre ciel et terre. sans réalité. Pour quel sacrifice sabbat.….Joyau féminin coquille dorée refermée grimacer les sons inaudibles. 27 JUILLET 82 "Sensation de déroute glisser lentement le long de la pente doucement degrader l´image. Briser la limite. Ideal…. message affectif …..couleur doucement espace cannibal Mort de ll' image brisure sur la lige raide… inscrire et désinscrire la limite le mon-pouvoir Jé T'aime... espérience desastre. la face du desespoir en coma comparé.. dégradation de l'image Le cannibalisme ou l'incorporation l'ingurgitation du corps de l'autre em perte en fuite. Morsure Piqure la marque de l'autre sur soi.... 28JUILLET 82 "Travail en perte d'image en perte de soi. Pulsion suicidaire vitale... Élisabeth Morcellet, 1982
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Elisabeth Morcellet