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ISABEL CARVALHO: CASTING A SOUNDING VOICE CAAA Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura (Guimarães) 11 Novembro 2023 – 13 Janeiro 2024 curadoria: Paula Parente Pinto

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Abstract
"CASTING A SOUNDING VOICE, a exposição que Isabel Carvalho inaugura no Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura (CAAA), em Guimarães, apresenta peças originais que expandem a sua investigação sobre a voz entendida enquanto ampla matéria de comunicação, e propõe trabalhar sobre o desenvolvimento de vozes inclusivas e participativas, enraizadas em corpos dissidentes. Ver através da escuta, procurar uma percepção do mundo a partir de um lugar de estranhamento, anuncia uma nova possibilidade de sentir. Isabel Carvalho propõe o cruzamento dos sentidos, relacionando a sonoridade com a visualidade, afirmando a voz como identidade paradoxal: singular, plural e inclusiva. A inclusão da série original de peças em bronze que dão nome à exposição – Casting a Sounding Voice (2023) – numa mostra maior, onde se incluem igualmente novas pinturas realizadas durante o verão na residência Performing the Archive e uma tapeçaria da série Arder a palavra – e outros incêndios (2023), pensada a partir do livro de Ana Luísa Amaral e o vídeo O Teatro das Plantas (2023) apresentado numa performance no Museu Nacional Soares dos Reis, afirma uma investigação que se prolonga desde 2019, articulando teorias e práticas artísticas em torno da fisiologia da voz comum a todos os seres vivos e se interessa por debater normas estéticas e éticas. Entre as obras presentes, as “gargantas expostas” com o título Casting a Sounding Voice – Mining Headframes for Heavy Metal Obsession assumem uma forma relacionada com a fisiologia da voz, tornando visível a coincidência da palavra tocar, entre o sentir de uma textura (toque) e o som que ela nos devolve. Assente numa metodologia intersecional e intermedial, Isabel Carvalho parte de um pressuposto sobre a legitimidade do sujeito que fala – porque faz uso da voz –, sugerindo que a possibilidade de alcançar uma estrutura social, cultural ou política diferenciada, depende da visibilidade da voz. Herdeira da era da industrialização, do extractivismo fóssil e da exploração dos recursos naturais, a voz humana foi-se legitimando numa proporção inversa à do silenciamento da natureza. A presente exposição alude a um entendimento da voz (que se quer ver e ouvir publicamente) como uma expressão da diferença e que expressa uma certa irredutibilidade face à norma. Ostentando uma alteridade radical, esta perspectiva sobre a voz manifesta-se afirmativa, inclusiva e convidativa de outras formas de expressão. Num momento de profundas transformações dos corpos, de pública contestação, de vozes que se manifestam por diferentes identidades e direitos, é fundamental identificar e desconstruir sistemas relacionados com a construção de vozes normativas, que continuam a legitimar estruturas de poder e opressão. " Paula Pinto, texto da folha de sala
Direitos
Fotografias de Filipe Braga, Cortesia Galeria Quadrado Azul Design Clara Luz
Editor
Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura, Guimarães