Arquivos

Categoria

Subcategoria

Criador

Data

Capítulos Gerais

Grupos

Grupo de Intervenção do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (GICAPC), IV Encontros Internacionais de Arte em Portugal, Caldas da Rainha, Agosto 1977

O Grupo Cores ou Grupo de Intervenção do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (GICAPC) surge em 1976, na Semana de Arte da (na) Rua (Coimbra). Para a intervenção no IV Encontro Internacional de Arte em Portugal, nas Caldas da Rainha, os vários elementos do grupo vestem figurinos monocromáticos, elegendo cada um, de forma anónima, uma cor: Túlia Saldanha veste de preto, Teresa Loff elege o amarelo, Ção Pestana assume o laranja, Armando Azevedo veste de azul, Rui Orfão vai de verde, António Barros incorpora o vermelho e Alfredo Pinheiro Marques representa o branco. Manuela Fortuna, que participará em intervenções futuras, assumirá o violeta. Alfredo Pinheiro Marques vestia o branco. Nas Caldas da Rainha, o GICAPC iniciou a sua intervenção frente ao Museu José Malhoa, de onde sairam, atravessaram o parque e a cidade e instalaram-se na Praça da República, onde rodeados de público espontâneo que foram atraindo ao longo do percurso, desenvolveram pequenas teatralidades a partir de objectos que transportavam da mesma cor das suas vestes. Podem ver-se cartazes onde se lê: "O mundo será verde!", cones de papel, bolas, confetis, entre outras coisas, que cada um transporta num saco, igualmente da mesma cor. Numa sociedade em que a televisão ainda era a preto e branco, as cores teriam um grande impacto; deixavam de fazer sentido as fotografias e os media a preto e branco. Ao mesmo tempo que se criticava o mundo a preto e branco da ditadura, criticava-se igualmente a crença numa ideologia cega, num único partido, numa altura em que se discutia o que era viver em democracia. António Barros, membro do Grupo CORES, descreve as acções realizadas nas Caldas da Rainha: "Acção-tipo #1: Uma cascata, repetitiva e minimal, formulada por uma das mais simbólicas performatividades do grupo, desenhou-se em diferentes situações urbanas e geográficas próprias, mas sempre cumprindo a sua condição de beuysiana escultura social. Aquela a que hoje poderiamos referir, sem esforço, de uma atitude fluxista. (...) a cada ente a razão convoca: a rua (-cor), o saco de transporte (-cor), o livro (-cor), a escrita (-cor), "o mundo será (-cor)", o cartaz (-cor), imagens (-cor) e palavras (-cor), os jornais (-cor), recolha de assinaturas (-cor), comida (-cor), bebida (-cor), a bandeira (-cor), a leitura do papel (-cor), a arte (-cor)... fazer um filho (-cor)". António Barros, Coimbra, Julho 2010. https://barrosantonio.wordpress.com/about/cores-ou-o.trabalho-do-conceito

Categoria
Data
Abstract
Elementos com cores identificadas, fotografados por Dominique Labaume: Verde (Rui Orfão) + Laranja (Ção Pestana)+ Azul (Armando Azevedo)+ Amarelo (Teresa Loff) + Vermelho (António Barros) Nas Caldas da Rainha, o GICAPC apresentou um Itinerário, em que desfilaram numa marcha iniciada em frente ao Museu José Malhoa e que terminou na Praça da República, onde cada um dos 5 elementos presentes, improvisaram pequenas intervenções com cartazes, objectos, frases, livros, sacos, etc, das cores correspondentes.
Direitos
Fotografia: Dominique Labaume
Fonte
Caldas 77 - IV encontros Internacionais de Arte em Portugal, Lisboa: Ghost, 2019.,