ÇÃO PESTANA, Cata-vento realizado para a SEMANA DA ARTE (DA) NA RUA, organizada pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), entre 30 de Maio a 10 de Junho de 1976. Praça da República, Coimbra. Cata-vento realizado com metal dobrado pintado de verde e vermelho, escudo em tecido (retirado da Bandeira Portuguesa), fixado num cabo de madeira, 240x150cm. Fotografia pertencente à colecção Pedo G., Centro Cultural de Tenerife
"Esta peça é uma evocação ao 1974, foi apresentada no centro da Praça da República, junto ao Jardim da Sereia, numa modalidade de arte de rua junto com outros objectos físicos, que juntou vários trabalhos dos pré-artistas do CAPC, como eu, por exemplo. Havia também nesta arte urbana partilhada, um labirinto feito de aros de madeira e linhas de cor cruzadas, entre outros objectos expostos. [...] Eu era ainda estudante de Medicina e o António Barros também, ambos vindos da Madeira, mas só nos conhecemos em Coimbra. Como o CAPC era uma dependência da Reitoria da Universidade de Coimbra, permitia a inscrição dos seus alunos (mas não só) nos cursos de artes plásticas. Exemplo de excepção é o da Doutora Conceição Cordeiro, hoje professora do Instituto Politécnico de Portalegre. O CAPC, tal como o CITAC, alguns clubes de desporto ou o cinema, eram instituições de actividades livres, financiadas pela Universidade, de livre acesso para os estudantes. (...). A minha obra foi contestada por algumas pessoas, por se tratar de um moinho de vento que evocava a imagem da Bandeira Portuguesa... um sacrilégio mesmo em tempos revolucionários. A altura desta peça era a de um poste de luz. Esta imagem foi tirada antes de ser montada na Praça. (...)" Çâo Pestana, correspondência trocada com Paula Pinto, set.2023.