Arquivos

Categoria

Subcategoria

Criador

Data

Capítulos Gerais

Grupos

A Floresta, Catálogo da exposição na Galeria Alvarez, Porto, Janeiro de 1973

Data
Abstract
A Floresta, Catálogo da exposição na Galeria Alvarez, Porto, Janeiro de 1973, exposição posteriormente apresentada no Círculo de artes Plásticas, Coimbra (Março 1973). a peça é reposta na exposição Alternativa zero, organizada por Ernesto de Sousa na Galeria de arte de Belém em Fevereiro de 1977. Ver catálogo Perspectiva: Alternativa Zero, Fundação de Serralves, 1997, p.104.
Identificador do Recurso
Ainda em Janeiro de 1973, pouco dias depois da intervenção do C.A.P. no segundo aniversário da Galeria Ogiva (Óbidos), os alunos de Coimbra apresentavam A Floresta na Galeria Dominguez Alvarez. A proposta, da autoria de Fernando Pinto Coelho, consistia na formação de um ambiente tão denso quanto possível, constituído por uma série de fitas de papel penduradas no tecto da galeria, de forma a anular a percepção da espacialidade da sala e a provocar a desorientação do público. Apresentado como um trabalho de grupo do CAP, outros elementos criaram clareiras onde expuseram os seus próprios trabalhos. Túlia Saldanha participa com Picnique (1972-77), uma mesa de madeira com objectos queimados e pintados de preto, que mais tarde fará parte da instalação da mesma peça na exposição “Alternativa Zero” (1977). Armando Azevedo descreve a sua participação: “Em Janeiro desse mesmo ano (1973), surge na Galeria Alvarez, no Porto, “A Floresta” com duas clareiras da minha responsabilidade. Numa, um ORATÓRIO poisado sobre pano rendado: oratório com Nossa Senhora, uma jarra de flores, um pequeno crucifixo, dois castiçais com velas, pequenos quadros encaixilhados (com que imagens?), um despertador...- tudo inteiramente embrulhado-pintado a bilhetes de loteria. Os ponteiros do despertador, escondidos por detrás dos números da hipotética sorte grande, continuavam num incessante e muito ruidoso tic-tac.” A propósito da segunda instalação da Floresta na galeria do CAP (Março de 1973), a jornalista J. Plácido Santos escreve: “A Galeria C.A.P., para quem desconhece os seus objectivos, didáticos e culturais, é um valioso meio de descoberta de valores artísticos (...). (...) A floresta, forma vegetal plena de características ideográficas e bio-plásticas, serviu de tubo de ensaio para o tratamento de alguns pensamentos-chaves originalmente concretizados num trabalho colectivo. Desde o motivo central, cuja técnica de carácter sempre eloquente no seu monocromatismo positivamente negativo, a autora prossegue encantada; à intencional harmonia, construtiva coexistência de padrões filosóficos de todos os matizes, desde os aparentemente irredutíveis aos do romântico substracto, representados por um conjunto de tecidos-cortina, circular recinto em que qualquer pode penetrar com um gesto espontâneo, instintivo; passando, através o insólito, difícil e intrigante emaranhado de árvores0fitas verticais, que propositadamente desafia o visitante, ao felicíssimo tema do pequeno “altar atraiçoado” em que se põem em contraste duas ideias fundamentais e incomparáveis: o acaso e a certeza, o material e o espiritual, o transitório e o constante; e ainda atentando e reflectindo profundamente no poderoso e universal tema da ‘bala perdida’, toda a composição transpira o objectivo de provocar no visitante idóneo o choque saudável e indispensável para uma análise fria dos problemas propostos, que são flagrantemente actuais e de todos os tempos. Eis algumas reflexões que ressaltam depois de atenta visita à última e presente exposição do C.A.P., em que moços Artistas, superiormente orientados e plenos de ideal, teimam em dar o exemplo da luta difícil por uma posição de vanguarda no espinhoso e ingrato, mas glorioso campo da criatividade plásticas (...).” " Paula Pinto, "O Círculo de Artes Plásticas (1966-1975)", in João Dixo, Vila Real/ Porto: Museu da Vila Velha / Afrontamento, 2017-2018, pp.110-111.